quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

SOBREcenárioDAúltimaSESSÃO


Depois do inevitável merchadise e do aviso de como se comportar, houve uma longa pausa. Necessária para nos preparar para a finalidade da noite. Um silêncio grave e pesado tomou conta da sala. De repente soaram os três sinais. Soaram como se de longe, de muito longe dos tempos. Por que não substituí-los pelas pancadas de Molière? Por fim, a luz banhou o elegante, sóbrio e apropriado espaço criado por Rodrigo Frota, jovem cenógrafo que se afirma no palco, com bastante sensibilidade para o ofício. Os adamascados que usa para criar o ambiente remetem ao palco, palco histórico. Os poucos móveis completam a cena, cujo piso de madeira prensada e de cor natural reflete a luz clareando os tons escuros dos tecidos. Três áreas para a representação: um palco que avança, uma área sob uma cobertura e resguardada por uma cortina. Acima dela, uma balaustrada. Não fosse o ator uma apaixonado por Shakespeare seria apenas uma coincidência. Ocorre-me agora ser tal opção, uma citação? Mas isso não tem importância. Ficar decifrando códigos durante a apreciação é não se envolver com a essência da representação.

RAIMUNDO MATOS DE LEÃO

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