domingo, 28 de junho de 2009

RELIGARE

Minha carne
vaga entre almas perdidas...
não se torna pão.


Escrita em 25/10/2002

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EPIDEFINIÇÕES


Epidemia incontrolável
Epicentro da lembrança
Epiderme da alma
Epígrafe invisível
Epigrama belo
Epílogo do início
Epiciclo triste
Episódio raro
Epitáfio único
Epifito gigante
Épico....
Epítome sem fim
Epifania minha!

Escrita em 09/07/2001

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PEDAGOGIA


Amor ilógico, imagino a vida,
engano a sorte
eu caio!

Não levanto, repito idéias,
sem pontaria
eu erro...

Sem saber do alvo, perco o fascínio
em mim... desordem
eu anoiteço...

Não clareio, continuo derramando
catando as farpas
sou sobejo
eu adoeço....

Sobrevida, alma banida
depois do acaso
do espaço-temporal
eu morro...
Não estou mais.


Escrita em 09/07/2001

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SEMnomes


Desconsideração é no mínimo um nome seu,
o meu é SONHAR
não lembra sequer o segundo
enquanto,... não paro de repetir o teu.

Eles não se encontram de tão vastos que são
de metades totalmente opostas
como memória fraca e caixão...
são reais, nos identificam
distânciam o ermo...
roubar de esperanças

Sou o meu desatino
és a minha condição
ambos, nomes
impronunciáveis
perdidos demais
até para se escrever.

Escrito em 09/07/2001

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LADOS


Lado meu está vácuo,
outro não existe...
sou meio sem outra metade
sou o nada escrito sem letras....

Sei o que eu sou...
só não indentifico...
não me entendo!
não sei...
e não possuindo, não me encontrando
não corro nenhum risco de me perder.

Escrito em 28/05/2001

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AQUELAnoiteDEdomingo


Era domingo, foi triste
era claro,foi noite
era hora, foi cedo
era grande, foi apertado
era muito, foi migalha
era sutíl, foi díficil....

Era toque, foi tapa
era olhar, foi rio
era coração, foi vermelho
era canção, foi fúnebre
era imagem, foi desgraça
era beijo foi adeus....

Era agora, foi espera
era tudo, foi breve
era alma, foi dor
era nosso, foi só
era passo, foi distância
era despedida, foi morte....

Era esperança, foi lágrima
era palavra, foi silêncio
era flor, foi espinho
era talvez, foi pior
era lúdico, foi real
era vida, foi fim....

Era meu, foi vazio
era ele, fui eu.

escrita em 06/05/2001

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SENTIRfalta


Verbo intransitivo, invariável, singular. Sinônimo de falta de ar. Espectro, obsessão, perseguição. Mente pertubada pela presença constante de uma imagem, figura ou sensação. O mesmo que calafrio, sede, fome. Transpiração. Falta de inspiração. Talvez um sim e um não, uma indecisão. Vontade de saber onde está, fazendo o quê e com quem. Ciúme, traição, dependência, necessidade, insônia, tesão. conjuga bem com agonia, companhia, fantasia. Na primeira pessoa do plural não admite separação, rompimento. Risco de progressão, perigo, contaminação. Algo fatal, indenominável, fixação. Oxigênio, sem respiração. Pressão, desespero. Início da paixão. tempo que não passa. Pessoa que nào aparece. Solidão.

Bianca Ramoneda

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PORTAaberta


Solidão
a porta está aberta...
entra!
e me faz companhia... por favor....

escrita em 17/02/2001 em Fortaleza/ce

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NOTA


"Sair de cena é a maior forma fidelidade quando já se viveu o melhor, não se deve deixar que o amor cheire a tocos de cigarro"

de uma Atriz Alemã
dada a mim em um bilhete em fortaleza, na época em que eu cursava arquitetura

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terça-feira, 16 de junho de 2009

FOTOGRAFIA


Minhas mãos estendidas...
Seus olhos mareados...
Uma lágrima sua escorre por minhas palmas
entendi ali que aquela gotinha era a única coisa sua que eu podia possuir.

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sexta-feira, 12 de junho de 2009

ÁLBÚMde FAMÍLIA



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FALAbaixoSENÃOeuGRITO


FALA BAIXO SENÃO EU GRITO - de Leilah Assumpção - Dir. Francinice campos
elenco: Rodrigo Frota, francinice Campos,Georgina castro
Iluminação - Walter Façanha
cenário - Rodrigo Frota e Francinice Campos
Fortaleza-CE 1999

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MULHERESdelORCA

MULHERES DE LORCA - Baseado na "A casa de Bernada Alba" de Federico garcia Lorca
Dir. Francinice Campos
Elenco: Francinice Campos, Marcia Figueredo, Georgina Castro, Benigna Soares, Katia Barreira, Guta Cruz, Rodrigo Frota, Thilba Araujo
Iluminação - Walter façanha
Cenário - Carlos Colabone
Fortaleza-ce 2000

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ÁLBUMporBETHnéspoli


" Também ontem, à tarde, vi no Fringe uma montagem de Álbum de Família, de Nelson Rodrigues, do grupo Minotauro, de Salvador, dirigida por Paulo Henrique Alcântara. Destaca-se da média dos espetáculos dessa mostra não por um resultado excepcional, mas por ser uma realização de quem claramente domina a linguagem teatral, a construção de uma poética cênica. Não é um mero levantamento do texto. Há um pensamento por trás, um motivo para fazer, um desejo de sublinhar aspectos. Nelson dizia, não lembro exatamente com que palavras, que basta um sopro para o homem cair de quatro. Essa é a ideia sobre a qual a encenação se baseia, dessa família que vive na fronteira entre selva e civilização. Pode parecer óbvio, é a primeira leitura, mas foi compreendida e recriada cenicamente. O cenário não é mera decoração, baús e paredes que remetem a ossários 'guardam' memórias familiares, e ancestrais. Assim como os figurinos buscam significar e não apenas vestir. Mas qualidade e problema vêm juntos, na ênfase excessiva, na falta de sutileza. A relação incestuosa - comum na natureza, interdita pela civilização - é reforçada in extremis. Nonô, nu, nessa encenação é o que Nelson chamaria do selvagem absoluto, sujo, cabelos longos e desgrenhados, urrando como animal durante um tempo excessivo. A favor do espetáculo não estar impregnado do amadorismo, no sentido da precariedade, que aparece em tantas, tantas e tantas peças do Fringe.”...

Por Beth Néspoli – em 22.03.2009 - Festival de Curitiba 2009

(Jornalista e crítica de teatro do Caderno 2 do Estado de S. Paulo)

No site : http://blog.estadao.com.br/blog/arteelazertemporeal/?catsel%5B%5D=1038

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quarta-feira, 10 de junho de 2009

APARELHOdeJANTAR


Quero hoje uma música, qualquer que seja, que fale de amor, pode ser um bolero baixo...rasgado... fim de relação... ou uma bossa nova... velha para mim... mas tem que falar de amor... de perda.


Para quando eu te ver amanhã, poder olhar dentro dos teus olhos e vomitar todo o desespero de Norma Jeane ou outra loira qualquer que se mata numa piscina... num filme qualquer... de preferência de baixíssimo orçamento. Porque amanhã vou sentar na tua frente com a boca seca de quem fumou todos os cigarros possíveis, e não vou conseguir dizer nada... tentando te comover com meu silêncio mudo... olhando no teu rosto sólido de certezas, com tua boca torta do sexo de hoje de madrugada, o resto de gozo seco no pescoço e quem sabe uma marca no queixo?... um toque final! Uma estocada perfeita de quem sempre lutou esgrima...

Mas vou comer com você, ao seu lado, falar banalidades, te fazer companhia, enquanto meu corpo digere a si próprio... com o simples desejo de almoçar você e ainda sentir fome... fome de séculos... ancestral.

Vamos usar o silêncio para ferir, pois só conhecemos disso agora... irei baixar a cabeça... com a fome ainda insaciável... esperar seus lábios dizerem algo... qualquer coisa....será um “não” com gosto de chocolate meio amargo para ti... e para mim... ah... para mim... sempre o gosto do vômito.. do refluxo...


Irá levantar com suas próprias pernas... e vai dizer “bye”... tenho uma reunião qualquer...e eu direi:


- vou ficar mais um pouco... quero pensar!


Vai embora você, depois de pagar a conta... eu fico... com a conta paga...o garçom talvez venha... e se vier eu não deixarei ele recolher as sobras da sua comida...


-Quero levar para casa! Tem um pratinho? Uma quentinha?


Não vai entender ele... nunca amou ninguém... que feliz!


Espero... espero... espero... ele traz um saco plástico... aceito! recolho o que sobrou e vou para casa.


Chego!.. retiro cuidadosamente as suas sobras coloco num belo prato grande de vidro verde ... que vou cobrir!.. talvez regue com azeite para apurar o gosto.


É sim! Vou comer o resto com gosto da tua saliva... da do teu homem... da do teu outro homem... do outro-outro homem, e de quantos mais restos de salivas de homens resistirem na tua boca.

Vou comer em paz... triste...

Vou chorar em paz em fim...

Para amanhã procurar de novo outros resto teus para matar a minha fome.


terminado as 2 e 53 da manha de amanhã que é hoje ainda


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terça-feira, 9 de junho de 2009

CARTA

terminada as 9:53 do dia 20 de jan de 2009


Hoje deu vontade de escrever... Faz tempo que não faço isso... e estou usando o computador, sempre escrevi a mão. Deu vontade de escrever alguma besteira qualquer. Desabafar.


Estou me sentindo só, muito só, mas não é minha solidão que me incomoda, incrivelmente há alguma felicidade nisso, tô me revendo, tô me encontrando, me tornando mais feliz, estou muito calmo... pode ser que isso seja mentira! Mas agora parece verdade...

Estou preenchido de algum tipo de vazio,(como se fosse possível o vazio preencher, mas preenche!), tô sentindo uma saudade incrível... engraçado... eu to feliz! Sabe, sai na sexta... fui para um show... ouvi uma musica que não lembro exatamente qual era.. mas ela me invadiu, me deu uma vontade enorme de sentir teu beijo de novo, daqueles que envolvem o rosto todo, esfregando o nariz, misturando o suor das testas, eternos... sem pausa para respirar...lembro que comentei com alguém essa vontade, essa lembrança ou vontade me fez lembrar do que eu acho q possa ser amor.. sei lá... fiquei feliz, sorri, ri...

E me isolei!


Estou fazendo isso agora, me obrigando a enfrentar todos meus medos em relação a ti; (porque isto esta sendo escrito para você, caso você tenha alguma dúvida algum dia); me obrigo a ficar em casa enfrentando a dor, a solidão, a falta... reinteirando: estou calmo... feliz...


Sabe aquelas clínicas de recuperação para viciados;

-não dê o primeiro gole!

- estou a quatro dias limpo!

É assim que me sinto... morro de vontade de te ligar, de te ver.. mas resisto e a cada dia que não te procuro é uma vitória... ate porque acho que você já partiu e não quero te incomodar, sinto que não há espaço em você para mim... isso é desesperador! Como é difícil encarar isso de frente... mas é o que tô fazendo.. ou tentando... seguindo em frente sem você.

Sinto uma falta terrível...


Sabe, tem muitas coisas que quero te dizer, daquelas que poderei me arrepender o resto da vida de não ter dito, mas algo me impede de ser impulsivo...

Tenho uma certeza: te amo mais e melhor hoje... como se isso fosse possível... engraçado a capacidade que tenho de tornar tudo mais difícil quando estou do teu lado.. essa habilidade de te desamar te amando desesperadamente.


Desculpa a escrita meio seca, sem floreios...


Lembrei do dia em que choramos durante um jantar a luz de velas, ao som de nossas vozes lendo Florbela Espanca.. era tanto amor... era amor jorrando da pele!... é talvez esteja tentando te comover de alguma forma... estou sim... pode ser que isso seja verdade, mesmo parecendo mentira..


Você não acredita mais em mim, em nós... eu sei.. eu sei também que temos todos os motivos para isso, isso é verdade, mas devia ser mentira.

As vezes penso se há alguma maneira possível da gente se ter de novo, felizes... de verdade!

Não vejo respostas.. mas sei que ela existe.. o impossível é mentira.

Vou parar por aqui, acho que vou te escrever todo dia a partir de hoje... uma forma qualquer de te manter ao meu lado... acho ridículo isso...(risos)

Talvez um dia te envie essas cartas... talvez... só talvez...

No dia que o tempo cure ou refaça algo por nós, algo que a gente não consegui fazer.

te amo... boa noite...



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terça-feira, 2 de junho de 2009

FRAGMENTOSdoPODEReDAmorte



FRAGMENTOS DO PODER E DA MORTE - dir. geral ANTONIO DO VALLE
dir. formandos HERÊ AQUINO, FRANCINICE CAMPOS, RICARDO BESSA, ALDO MARCOZZI, JÚLIO MARCIEL
TEXTOS - MACBETH, Willian Sheakespeare; SÓ VIM TELEFONAR, Gabriel garcia Marques; A ORAÇÃO, Arrabal; VENHA VER O PÔR DO SOL, Ligia Fagundes Teles; A CASA DE BERNADA ALBA, Garcia lorca
FORMATURA DA 2a TURMA DO COLÉGIO DE DIREÇÃO TEATRAL
2001

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PRIMEIROdeABRIL



PRIMEIRO DE ABRIL - dir. GORDO NETO - prep. de ator. Jacyan castilho
elenco: Mariana Freire, Claúdio Machado, Jacyan Castilho, Felice souza, Rodrigo Frota, Igor Epifânio, Viviane Laerte, Cida Oliveira, Hector briones, entre outros
Cenário GORDO NETO
luz FÁBIO ESPIRITO SANTO
dir. Musical JARBAS BINTENCURT
2004/2005/2008

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porAMANDAmaia

O PAI DE SALOMÉ

A testosterona tão presente em Rodrigo é doce. Desconheço alguém tão sensivelmente másculo como ele. Rodrigo engana com aqueles músculos, aqueles ângulos espartanos e firmes de seu belíssimo corpo e rosto. Engana porque não é só bonito por fora. Rodrigo é muito, mas muito mais lindo por dentro. Mas isso tudo é chover no molhado, todos sabem disso.

Rodrigo é uma das pessoas que mais amo no mundo. Meu amigo, daqueles tão raros de achar por aí, que dizem as mais cortantes verdades e que nos afagam sem que precisemos dizer nossas necessidades.

Rodrigo é o pai do trabalho mais importante que fiz na vida. A minha peça de formatura, Salomé, de Oscar Wilde. Em Janeiro de 2008, quando eu ainda tentava me livrar de escombros e ruínas da última hecatombe da minha existência, ele estava lá, aliás bem antes disso, segurando minha mão e me impulsionando pra frente, lançando sua ácida alegria que nos permite voltar para a realidade mais sábios. Foi naquele mês que sua tenacidade me fez aceitar o inevitável, mariposa que eu era, abracei meu destino e lancei-me à luz mascarada de trevas.

Entre Janeiro e Março daquele ano vislumbramos o banquete, o metal, a seda, as cores da danação. Seduzimos, juntos, todos os membros da corte, mesmo seu rei, sua rainha e principalmente, sua princesa-prisioneira. E em todos os momentos, ele nunca se permitiu ter sequer uma gota a menos de intensidade. Rodrigo é um daqueles do reino dos cabelos dourados e coração de leão, que unem com precisão coragem e generosidade. Rodrigo é meu amigo.

E ontem, Rodrigo ganhou um prêmio. O prêmio Braskem Revelação pelo cenário de 4 espetáculos, dentre eles, Salomé, de Oscar Wilde. Difícil escrever algo depois disso sem parecer piegas ou clichê. Dizer que estou feliz? Que ele merece pela competência, inventividade e beleza de cada um de seus trabalhos? Que o prêmio verdadeiro quem ganha são seus amigos? Tudo isso é verdade. Mas o que senti naquele momento, e o que sinto, não pode ser verdadeiramente descrito em palavras, nossa cumplicidade é expressa em cada abraço, em cada olhar.

Prefiro apenas rir discaradamente de cada besteira que ele diz, de lembrar de seus pés sujos e seus inusitados momentos de escovar os dentes. De suas não-dormidas noites, de seus cigarros mentolados, de seu mal compreendido romantismo, de sua Madonna de bigode.

Mas abraçando Rodrigo eu abraço Salomé, abraço meus-nossos sonhos, abraço todos os que sabem que serão abraçados, abraço e bendigo o teatro e os encontros mágicos e lindos que esse caminho de tijolos amarelos nos permite.

Tenho a impressão que por mais que eu continue essa escrita, nunca estarei satisfeita em colocar um ponto final. Porque acredito que a amizade pode ser medida pela quantidade de lembranças doces que colecionamos, e no caso de Rodrigo, parece que essa medição é um poço sem fundo.

POSTADO NO BLOG DE AMANDA - CALEIDOSCÓPIO DO ÉDEN - 15 DE ABRIL DE 2009

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